Ela teria a capacidade de auxiliar o corpo a eliminar as toxinas geradas pelo consumo de alimento tóxicos, mas será que isso é verdade? Ou melhor ainda, será que isso é necessário??
O problema dessa prática começa na sua ideia central, pois ela parte do princípio que alguns alimentos são tóxicos (?) ao organismo e que os retirando da alimentação e incluindo alguns outros ou suplementos específicos, ajudaria o corpo a se livrar dessa toxicidade .
Porém, nosso fígado e rins possuem uma excelente capacidade de removê-las - exceto em casos graves de doenças pré-existentes. Logo, se você não tem doença alguma, não tem com o que se preocupar. Queremos deixar bem claro que dietas detox, com esses preceitos, não têm o menor respaldo científico (existem pouquíssimos estudos em ratos..), e que sua hipótese central é completamente equivocada. Além disso, vale o alerta: se você estiver intoxicado, você não precisa apenas de uma dieta restritiva e sim de um bom hospital.
Além disso, um aspecto muito negativo desse tipo de prática é ela que induz as pessoas a desenvolverem um comportamento alimentar inadequado ao acreditarem que existem alimentos “ruins”. Logo, para se desfazerem ou minimizarem esses efeitos terríveis, elas precisam comer coisas “boas” e “desintoxicantes” para purificá-las novamente. Note que isso remete a duas práticas comuns entre algumas religiões: pecado e penitência.
Sabemos que você pode estar pensado “Ah, mas se consumirmos açúcar ou sal em excesso, isso pode trazer prejuízos à nossa saúde!”. Claro que isso é verdade, mas não é o caso de desintoxicar, é o caso de equilibrar! O que acontecesse normalmente são pessoas cuja base da alimentação são alimentos ultraprocessados, comidas ricas em aditivos (conservantes, corantes, espessantes..) e em açúcares e gorduras que, de uma hora para outra, passam a consumir vegetais na maior parte do tempo. Sendo assim, essas pessoas se sentem melhor por estarem com uma alimentação mais equilibrada e não por estarem desintoxicadas. Analise sua alimentação e tente melhorá-la sem radicalismos.
Desire Coelho - Blog Ciência Informa
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