Para aqueles que não sabem (assim como eu não sabia), a série de TV 13 Reasons Why, lançada pela Netflix em março de 2017, (...) “gira em torno de uma estudante que se mata após uma série de falhas culminantes, provocadas por indivíduos selecionados dentro de sua escola. Uma caixa de cassetes gravadas por Hannah antes de se suicidar relata treze motivos pelas quais ela tirou sua própria vida” (Wikipedia).
Um novo estudo avaliou o impacto da exibição da série sobre a incidência de suicídios em jovens norte-americanos de 10 a 19 anos, a audiência-alvo da série.
Os dados indicaram que, entre abril e junho de 2017 – período no qual a série atingiu o ápice do interesse público, de acordo com levantamento de dados de mídias sociais –, houve um aumento no número de suicídios de jovens do sexo masculino (+14.4%) e feminino (+21.7%). Nas outras faixas etárias, não foram observadas mudanças na incidência de mortes por suicídio.
Esses achados reforçam uma antiga suspeita de que a ficção pode “contagiar” o mundo real, especialmente numa população jovem e vulnerável.
Concluem os autores que profissionais da indústria de entretenimento e grupos especializados na prevenção do suicídio (educadores, psicólogos, pesquisadores) precisam trabalhar conjuntamente para evitar que séries ficcionais culminem com desfechos tão dramáticos como esse.
Resta-me espalhar o alerta a outros pais que nos leem, e monitorar de perto o conteúdo ao qual minha filha anda exposta por aí.
Para detalhes do estudo:
Niederkrotenthaler et al. Association of Increased Youth Suicides in the United States With the Release of 13 Reasons Why. JAMA Psychiatry. Published online May 29, 2019. doi:10.1001/jamapsychiatry.2019.0922.
Até a próxima.
Bruno Gualano